Esporte Mulheres de Ouro: Patrícia Freitas

Mulheres de Ouro: Patrícia Freitas

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Aos 25 anos, Patrícia Freitas é apaixonada por esporte. Formada em arquitetura, observa todo o ambiente a sua volta. Assim, conquistou a medalha de ouro na Vela durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 e o Campeonato Brasileiro, tornando-se uma grande candidata ao pódio nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

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Patrícia Freitas

Quais os aspectos culturais que mais lhe chamaram atenção neste Pan-americano?
Toronto é uma cidade incrível, super cosmopolita e com uma população estrangeira enorme. Os canadenses são muito simpáticos e solícitos. Saí mais cedo da cerimônia de abertura e voltei para a Vila caminhando com uns amigos do time. Era por volta de dez da noite e as ruas estavam lotadas simplesmente apreciando o calor do verão, tomando uma cerveja sentados no meio fio e nas escadas da rua. Toronto tem uma pulsação de vida e cultura incrível.

Muitos brasileiros sentem orgulho em ver a medalha de ouro estampada em seu peito. Como você percebe esse sentimento?
Com certeza! Através das redes sociais é possível aproximar-se bastante dos torcedores, ler mensagens de apoio e carinho e isso nos motiva muito!

Qual a lição mais bonita que seu esporte traz à tona para você? O que isso tem a ver com sua personalidade?
Uma das qualidades de um bom velejador é ser perceptível às mudanças na natureza a seu redor, aprendemos a ler e decifrar a maneira como uma nuvem puxa o vento para outra direção, como uma montanha ou edificações podem interferir nas rajadas, a mudança de maré e etc.

Nos tornamos observadores obsessivos. Uma chaminé soltando fumaça no horizonte, a organização das nuvens no céu, a maneira como os barcos ficam ancorados nos servem como indícios para prever como o vento e a água irão se comportar. Por conta disso, nos sentimos muito à vontade na natureza e no mar. É nossa casa.

Já encarei tempestades, chuva de granizo, ventos fortíssimos durante treinos e regatas e aprendemos a ficar tranquilos em situações extremas. Algumas pessoas se quer sabem onde o sol nasce e se põe e ser obrigada, pelo esporte, a ler os sinais da natureza é uma dádiva, nos deixa muito próximos de uma vida mais simples e pé no chão, aprendendo a ver a beleza em coisas que muitas pessoas sequer enxergam.

O que lhe motiva a treinar?
Tive a sorte de poder me profissionalizar em meu hobby! O simples fato de amar o que faço me motiva a treinar. Além disso, sou muito competitiva, então gosto da pressão das regatas e treino buscando melhorar alguma coisa a cada dia.

Como é ser uma atleta de alta performance? Quais os desafios que enfrenta no seu dia a dia?
Assim como qualquer outro trabalho, nossa rotina na água é de segunda a sexta. Fazemos uma ou dias sessões de treino físico de manhã e o treino técnico na água na tarde. Lançamos mão do remo e do ciclismo para nos auxiliar no condicionamento físico, além da academia. O centro de treinamento do windsurfe é em Búzios então meu dia-a-dia não é nada cansativo pois estamos no paraíso!

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Treino com bicicleta – Patrícia Freitas

No seu ponto de vista, onde está a feminilidade no esporte que pratica?
A vela ainda é um esporte muito machista, mas as meninas estão aos poucos conquistando seu espaço. Quando a vela entrou nos Jogos Olímpicos como modalidade, pouquíssimos barcos eram femininos, hoje em dia o número de homens e mulheres numa equipe de vela completa é o mesmo.

“Nunca abaixem a cabeça e encarem o dia a dia com muita leveza e alegria.”

Apesar dos eternos calos nas mão e constantes hematomas espalhados pelo corpo, sou muito vaidosa com a pele e o cabelo por conta da exposição excessiva ao sol, passo quatro camadas de diferentes protetores solar para os treinos na água e nunca abro mão da minha viseira, óculos e lycra de manga cumprida.

Quais suas expectativas para as Olimpíadas no Rio 2016?
Espero brigar pelo pódio! Correr em casa é uma vantagem enorme para a Vela, pois temos um conhecimento superior das características do vento e da água do que os gringos.

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